Cristiane Ramos Coutinho. Dispersão do parasitoide Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead) (Hymenoptera: Braconidae) em cafeeiro irrigado, no semiárido mineiro

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COUTINHO, Cristiane Ramos. Dispersão do parasitoide Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead) (Hymenoptera: Braconidae) em cafeeiro irrigado, no semiárido mineiro. 2012. 58 p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal no Semiárido) – Universidade Estadual de Montes Claros, Janaúba, 2012.

O objetivo deste trabalho foi conhecer o padrão de dispersão do parasitoide D. longicaudata durante os cinco primeiros dias após sua liberação, em um cafezal situado no semiárido mineiro, região norte do estado de Minas Gerais. O experimento foi realizado em um cafezal de 2 ha irrigado e cultivado a pleno sol com as variedades Catuaí Vermelho IAC 99 e IAC 144 e Topázio MG 1190, localizado no Projeto de Irrigação do Jaíba, MG. Foram realizadas quinzenalmente, de agosto a novembro de 2011, liberações de cerca de 800 casais de D. longicaudata, com idade entre 5 a 6 dias. Os parasitoides foram liberados no centro da área e as avaliações realizadas nas quatro direções cardeais (leste, oeste, norte e sul) e nas quatro colaterais (nordeste, sudeste, noroeste e sudoeste). Em cada direção os parasitoides foram avaliados em 10 pontos, espaçados cerca de 6 m entre si, totalizando 80 pontos, distribuídos em toda a extensão do cafezal. Para avaliar a dispersão foram utilizadas “unidades de parasitismo” (pequenas sacolas confeccionadas com tecido voile contendo cerca de 120 larvas de Ceratitis capitata (Wiedemann) no 3° instar mais dieta), com a finalidade de simular frutos infestados. As unidades de parasitismo foram penduradas nas árvores e permaneceram por 24 h na área, quando então, foram substituídas por novas unidades as quais permaneceram por mais 24 h e assim por diante (1, 2, 3, 4 e 5 dias após a liberação dos mesmos). Após a retirada (a cada 24 h), as unidades foram abertas e as larvas acondicionadas em copos plásticos (200 mL) contendo vermiculita, utilizada como substrato de pupação e obtenção de adultos de D. longicaudata (descendentes) ou do hospedeiro (C. capitata). Foi determinada a distância média de dispersão (DM) e a área de dispersão (S 2 ) de D. longicaudata, durante os cinco dias de avaliação, utilizando-se o modelo proposto por Dobzhansky e Wright. A DM e a S 2 foram analisadas em relação aos dias após a liberação. A distância média de dispersão e a área média de dispersão do parasitoide foram de 44,14 m e 2.721,73 m2 , respectivamente. As maiores DM (59,15) e S 2 (4.229,76) foram observadas no quinto dia após a liberação. Houve correlação positiva entre a distância média e área de dispersão do parasitoide com o passar dos dias após a liberação. É possível afirmar que D. longicaudata após ser liberado em campo foi capaz de sobreviver até 5 dias nas condições de semiárido, efetuando parasitismo a uma distância média de até 44,14 m.

Palavras-chave: Moscas-das-frutas, controle biológico, liberação, café.

 

Dispersion of Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead) (Hymenoptera: Braconidae) in irrigated coffee in semiarid of Minas Gerais

The aim of this study was to know the dispersion pattern of the parasitoid D. longicaudata during the first five days after its release, on a coffe plantation located in semiarid in northern of Minas Gerais. The experiment was carried out on a plantation of 2 ha irrigated and grown in full sun with varieties Catuaí Vermelho IAC 99 and IAC 144 and Topázio MG 1190, located in the Jaíba Irrigation Project, MG. About 800 couples of D. longicaudata, aged from 5 to 6 days were released fortnightly from August to November 2011. The parasitoids were released in the center of the area and the evaluations in the four cardinal directions (east, west, north and south) and the four side (northeast, southeast, northwest and southwest). In each direction the parasitoids were evaluated in 10 points, spaced about 6 m apart, totaling 80 points, distributed throughout the coffee plantation. The dispersion was evaluated by means of "units parasitism" (small bags made from voile fabric containing about 120 larvae of Ceratitis capitata (Wiedemann) in the third instar plus diet), in order to simulate an infested fruit. The units of parasitism were hung in trees and maintained for 24 h in area when then are replaced by new units which remained for 24 h and so on (1, 2, 3, 4 and 5 days after their release). After removal (every 24 h), the units were opened and the larvae put in plastic cups (200 mL) containing vermiculite, used as substrate for pupation and obtaining D. longicaudata adult (descendants) or host (C. capitata). It was determined the mean distance of dispersion (MD) and the dispersion area (S 2 ) of D. longicaudata, during the five days of evaluation, using the model proposed by Dobzhansky and Wright. The MD and S 2 were analyzed in relation to days after release. The mean distance of dispersion and average area of dispersion of the parasitoid were 44.14and 2721.73 m2 , respectively. The highest MD (59.15) and S 2 (4229.76) were observed in the fifth day after the release. There was a positive correlation between the mean distance and dispersion area of the parasitoid along of days after release. It is possible to affirm that D. longicaudata after being released in the field was able to survive to 5 days under conditions of semiarid, parasitizing an average distance up to 44.14 m

Keywords: Fruit flies, biological control, release, coffee.

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