Luana Sabrine Silva. Quitosana, compostos fenólicos e terpenos no controle da antracnose e qualidade pós-colheita da manga

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SILVA, Luana Sabrine. Quitosana, compostos fenólicos e terpenos no controle da antracnose e qualidade pós-colheita da manga. 2019. 63 p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal no Semiárido) – Universidade Estadual de Montes Claros, Janaúba, 2019.

A manga (Mangifera indica L.) tem grande importância socioeconômica no Brasil, porém sua produção é afetada pela antracnose que tem ocasionado perdas nas principais regiões produtoras do país. Devido à crescente preocupação da sociedade com o uso excessivo de agrotóxicos, medidas de controle mais seguras e menos poluentes vêm sendo exploradas. Extratos da casca da manga, filmes de quitosana ou a combinação da quitosana com outros compostos têm demonstrado potencial no controle da antracnose e na conservação pós-colheita da manga. Diante disso, três experimentos foram realizados neste estudo: o primeiro objetivou avaliar a atividade antifúngica in vitro de extratos da casca da manga empregando diferentes tipos de solventes e concentrações sobre o desenvolvimento de Colletotrichum gloeosporioides; o segundo experimento avaliou a associação de quitosana com compostos fenólicos no desenvolvimento da antracnose da manga causada por C. tropicale e o terceiro experimento teve como objetivo avaliar o potencial da aplicação de revestimentos de quitosana associados a compostos fenólicos na conservação pós-colheita da manga ‘Palmer’. Cascas de mangas ‘Palmer’ foram separadas das polpas e submetidas à secagem em estufa e moagem. Posteriormente, procedeu-se a obtenção dos extratos em sistema Soxhlet, utilizando-se como solventes: metanol, acetato de etila e hexano. No experimento 1, os três extratos foram testados nas concentrações 0,0; 0,25; 0,5; 1,0 e 2,0 mg/mL pela adição dos mesmos em meio de cultura. Avaliou-se o índice de velocidade de crescimento micelial, a produção e germinação de conídios. No segundo ensaio, os compostos fenólicos: ácido cítrico, ácido pirocatecoico, ácido transcinâmico, ácido gálico, ácido cafeico, galato de metila, quercetina e resorcinol na concentração de 10 mM foram incorporados separadamente às soluções filmogênicas de quitosana 2% e testados in vitro contra C. tropicale. Avaliaram-se ainda a incidência e a severidade da antracnose em mangas tratadas com: quitosana + ácido pirocatecoico, quitosana + ácido cítrico, quitosana + ácido transcinâmico, quitosana + resorcinol. Estes tratamentos também foram utilizados no terceiro experimento. Frutos da cv. Palmer foram imersos nestas soluções e armazenados em câmara refrigerada a 14 ºC por 28 dias. A cada sete dias, os frutos foram avaliados quanto à perda de massa fresca, sólidos solúveis, pH, acidez titulável, firmeza, cromaticidade, ângulo hue e luminosidade da casca e da polpa. Os extratos metanólico, hexânico e de acetato de etila da casca da manga possuem potencial inibitório no desenvolvimento de C. gloeosporioides. O extrato hexânico promoveu menor produção de conídios e houve inibição total da germinação quando se utilizaram o extrato de acetato de etila a 1 mg/mL e os extratos metanólico e hexânico a 2mg/mL. A associação de quitosana com os compostos fenólicos possui potencial antifúngico e controla a intensidade de antracnose em mangas. Inibição total do crescimento, da produção de conídios e da germinação de C. tropicale foi verificada com incorporação à quitosana dos ácidos cítrico, pirocatecoico e transcinâmico. Na conservação pós-colheita da manga ‘Palmer’, os revestimentos de quitosana associados com compostos fenólicos foram capazes de retardar o amadurecimento dos frutos e manter a qualidade.

Palavras-chave: controle alternativo, doenças pós-colheita, revestimentos.

 

Chitosan, phenolic compounds and terpenes in the control of anthracnose and postharvest quality of mango

Mango (Mangifera indica L.) has great socioeconomic importance in Brazil. However, production is affected by anthracnose that has caused losses in the main producing regions of the country. Due to the growing concern of society about the excessive use of pesticides, safer and less polluting control measures have been explored. Mango peels extracts, chitosan films or the combination of chitosan with other compounds have shown potential for anthracnose control and postharvest conservation of mango. Therefore, three experiments were performed in this study: the first one aimed to evaluate the in vitro antifungal activity of mango peels extracts using different types of solvents and concentrations on the development of Colletotrichum gloeosporioides; the second experiment evaluated the association of chitosan with phenolic compounds in the development of mango anthracnose caused by C. tropicale and the third experiment aimed to evaluate the potential of applying chitosan coatings associated with phenolic compounds in postharvest ‘Palmer’ mango conservation. ‘Palmer’ mango peels were separated from the pulps and subjected to oven drying and grinding. Subsequently, extracts were obtained in Soxhlet system, using as solvents: methanol, ethyl acetate and hexane. All three extracts were tested at concentrations 0.0; 0.25; 0.5; 1.0 and 2.0 mg / mL by the addition of them in culture medium, where mycelial growth rate index, conidia production and germination were evaluated. Phenolic compounds: citric acid, pyrocathecoic acid, transcinamic acid, gallic acid, caffeic acid, methyl gallate, quercetin and resorcinol at a concentration of 10 mM were incorporated separately into 2% chitosan filmogenic solutions and tested in vitro against C. tropicale. The incidence and severity of anthracnose in mango treated with: chitosan + pyrocathecoic acid, chitosan + citric acid, chitosan + transcinamic acid, chitosan + resorcinol were evaluated. These treatments were also used in the third experiment. Fruits of cv. Palmer were immersed in these solutions and stored in a refrigerated chamber at 14 ºC for 28 days. Every seven days, the fruits were evaluated for fresh mass loss, soluble solids, pH, titratable acidity, firmness, chromaticity, hue angle and lightness of peel and pulp. The methanolic, hexanic and ethyl acetate extracts of mango peel have inhibitory potential in the development of C. gloeosporioides. Hexane extract showed lower conidia production and there was total inhibition of germination when 1 mg / mL ethyl acetate extract and 2 mg / mL methanolic and hexane extracts were used. The association of chitosan with phenolic compounds has antifungal potential and controlls the intensity of anthracnose in mangoes. Total inhibition of growth, conidia production and germination of C. tropicalewas verified with incorporation of chitosan of citric, pyrocathecoic and transcinamic acids. In postharvest conservation of 'Palmer' mango, chitosan coatings associated with phenolic compounds are able to retard fruit ripening and maintain quality.

Keywords: alternative control, postharvest diseases, coatings.

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