Martielle Batista Fernandes. Caracterização de isolados de Colletotrichum musae de Minas Gerais e avaliação de táticas de controle da antracnose da bananeira

  • Version
  • Download 18
  • Tamanho do Arquivo 759.90 KB
  • Data de Criação 10/06/2021

FERNANDES, Martielle Batista. Caracterização de isolados de Colletotrichum musae de Minas Gerais e avaliação de táticas de controle da antracnose da bananeira. 2018. 55 p. Tese (Doutorado em Produção Vegetal no Semiárido) – Universidade Estadual de Montes Claros, Janaúba, 2018.

A antracnose é uma das principais doenças pós-colheita em bananas. O trabalho teve como objetivo caracterizar isolados de Colletotrichum musae de banana ‘Prata-Anã’ de diferentes regiões do Norte de Minas Gerais e avaliar táticas de controle da antracnose em pós-colheita. Para caracterizar os isolados de C. musae da região, foram coletados frutos de plantios comerciais de banana ‘Prata-Anã’ em diferentes municípios produtores no Norte de Minas Gerais, avaliados por medições de crescimento micelial e esporulação do fungo. Foi realizado o teste de patogenicidade destes isolados por avaliações do tamanho da lesão da antracnose nos frutos. Para avaliar a sensibilidade dos isolados ao fungicida, foram testadas diferentes concentrações de imazalil, analisados quanto ao crescimento micelial e esporulação do fungo. Também foi avaliada a concentração de conídios para o desenvolvimento da antracnose em banana ‘Prata-Anã’. Para determinar a época de ensacamento da banana para reduzir a antracnose, foram utilizados sacos de TNT (polipropileno) como método de barreira física. Os frutos foram avaliados quanto à incidência e severidade de antracnose e analisados quanto à conservação pós-colheita. Na avaliação da época do ano de maior ocorrência da antracnose da banana e o efeito dos fungicidas registrados, foram realizadas avaliações mensais da intensidade da doença nos frutos durante um ano e calculada a Área Abaixo da Curva de Progresso da Severidade (AACPS). Observou-se que os isolados de Nova Porteirinha, Capitão Enéas, Verdelândia e Janaúba apresentaram menores médias de crescimento micelial. Foi observado maior esporulação nos isolados de Pirapora e Matias Cardoso. Não houve relação entre o crescimento micelial e a esporulação dos isolados. Foi observado diferença em relação à agressividade dos isolados, demonstrando diversidade patogênica dentro da espécie de C. musae coletada. A severidade da antracnose em função da concentração de conídios de C. musae em banana ‘Prata-Anã’ foi gradativa, porém, a concentração 107 esporos mL-1 proporcionou maior severidade da doença. A partir da concentração de 5 ppm, o fungicida inibiu o crescimento micelial e a produção de conídios em todos os isolados de C. musae, comprovando seu potencial em maiores concentrações. Com a utilização do ensacamento dos cachos no campo, a incidência da antracnose em banana ‘Prata-Anã’ foi reduzida em até 66,75% comparada aos cachos sem a proteção do ensacamento. Os cachos ensacados em menor estádio fenológico reduziu a intensidade da doença em pós-colheita. O período de ensacamento de cacho não interferiu na conservação pós-colheita da banana ‘Prata-Anã’. A distribuição de chuvas interferiu de maneira significativa para o desenvolvimento da antracnose. O tratamento com o fungicida Imazalil apresentou os menores valores de AACPS ao longo do ano.

Palavras-chave: Musa sp.; intensidade de doença; ensacamento; fungicida; pós-colheita

 

Characterization of Colletotrichum musae isolates from Minas Gerais State and evaluation of control tactics of banana anthracnose

Anthracnose is one of the major post-harvest diseases in bananas. The objective of this work was to characterize Colletotrichum musae isolates of ‘Prata-Anã’ banana from different regions in the North of Minas Gerais and to evaluate post-harvest control tactics for anthracnose. To characterize the isolates of C. musae from the region, fruits of commercial ‘Prata-Anã’ banana plantations were collected in different producing municipalities in the North of Minas Gerais, evaluated by measurements of mycelial growth and sporulation of the fungus. The pathogenicity test of these isolates was performed by assessing the size of the anthracnose lesion in the fruits. To evaluate the sensitivity of the isolates to the fungicide, different concentrations of imazalil were tested for mycelial growth and fungal sporulation. The concentration of conidia for the development of anthracnose in ‘Prata-Anã’ banana was also evaluated. To determine the time of banana bagging to reduce anthracnose, polypropylene bags were used as a physical barrier method. The fruits were evaluated as for the incidence and severity of anthracnose and analyzed for post-harvest conservation. In the evaluation of the time of year of highest occurrence of anthracnose in banana and the effect of registered fungicides, monthly evaluations of the disease intensity were carried out on the fruits during one year and the Area Under the Severity Progression Curve (AUSPC) was calculated. It was observed that the isolates of Nova Porteirinha, Capitão Enéas, Verdelândia and Janaúba showed the smallest averages of mycelial growth. Higher sporulation was observed in the isolates of Pirapora and Matias Cardoso. There was no relationship between mycelial growth and sporulation of the isolates. It was observed a difference in relation to the aggressiveness of the isolates, demonstrating pathogenic diversity within the species of collected C. musae. The anthracnose severity as a function of the concentration of C. musae conidia in ‘Prata-Anã’ banana was gradual, but the concentration 107 spores mL-1 provided a higher disease severity. From the concentration of 5 ppm, the fungicide inhibited mycelial growth and conidia production in all isolates of C. musae, proving its potential in higher concentrations. With the use of bagging of bunches on the field, the incidence of the anthracnose in ‘Prata-Anã’ banana was reduced by up to 66.75% compared to the bunches without the bagging protection. Bunches bagged at a lower phenological stage reduced post-harvest disease severity. The period of bunch bagging did not interfere in the post-harvest conservation of ‘Prata-Anã’ banana. Rainfall distribution significantly interfered with the development of anthracnose. Treatment with the Imazalil fungicide presented the lowest AACPS values along the year.

Keywords: Musa sp.; disease intensity; bagging; fungicide; postharvest

pt_BRPortuguese